Hoteleiros do Futuro: É Hora do Governo Brasileiro Ouvir Quem Realmente Representa a Hotelaria Nacional
Por Rui Ventura | Águia Consultoria & Administração
Entre 26 de Março e 05 de abril, aconteceu na China um dos encontros mais representativos para o futuro da hotelaria brasileira: o evento “Hoteleiros do Futuro”. Esse evento não foi apenas simbólico; ele foi estratégico, representativo e revelador.
Os números falam por si só:
- 31 hoteleiros brasileiros estiveram presentes, levando consigo uma poderosa representação de mercado.
- Esses profissionais representaram 113 hotéis, totalizando 17.980 Unidades Habitacionais (UHs).
- Juntas, essas propriedades geram um faturamento anual impressionante de 3,7 bilhões de reais.
Esses dados não são meras estatísticas: eles são argumentos sólidos que deveriam pautar as políticas públicas voltadas à hotelaria nacional. Mais do que nunca, é essencial que o governo federal entenda que a hotelaria não é apenas um segmento de apoio, mas uma força econômica, geradora de emprego, renda e desenvolvimento regional.
Juntemos aos dados acima, vindo diretamente de CEOs os dados a ABRACORP e do FOHB:
Os associados da ABRACORP (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas) faturaram R$ 3,9 bilhões apenas em 2024, demonstrando o volume expressivo movimentado pelas viagens corporativas.
Já a FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil) informou que seus associados alcançaram R$ 5,1 bilhões em faturamento no mesmo período.
Somados, esses dados revelam um setor com impacto direto superior a R$ 12,7 bilhões — isso sem contar os hotéis independentes e não associados.
Esses números têm peso político e econômico suficiente para serem tratados com respeito e prioridade. O setor hoteleiro não está pedindo favores: está exigindo seu justo direito de reconhecimento e valorização por seu papel estratégico na economia nacional.
A realidade da hotelaria brasileira e o papel estratégico do setor
A hotelaria brasileira emprega milhões direta e indiretamente. No entanto, apesar de sua importância, é constantemente negligenciada por políticas públicas superficiais ou genéricas.
O encontro “Hoteleiros do Futuro” demonstrou claramente que o setor está organizado e pronto para apresentar demandas justas, factíveis e extremamente necessárias ao governo. A pergunta agora é: o governo brasileiro está disposto a ouvir e agir?
Reivindicações essenciais que o governo precisa atender urgentemente:
- Políticas Tributárias Justas e Competitivas
A carga tributária sobre os hotéis no Brasil é excessivamente alta. Um faturamento anual de 3,7 bilhões de reais (de apenas 113 empresas do setor – só para se ter uma ideia só são Paulo tem na Cadastur 972 hotéis registrados de onde se depreende que o dado apresentado é um pequeno percentual do todo) merece um tratamento fiscal diferenciado e justo, que permita investimentos na qualidade, inovação e expansão.- Como podem ver acima, com certeza foram recolhidos tributos de mais de 12,7 Bilhões acredito que qualquer governo daria importância a tal monta.
- Apoio à Capacitação Profissional
Não há excelência na hotelaria sem uma equipe capacitada. Programas nacionais de qualificação e formação técnica financiados ou subsidiados pelo governo são essenciais para garantir serviços de qualidade e competitividade internacional. Estes programas precisam ser ministrados por profissionais de hotelaria conhecedores de administração hoteleira, normas e procedimentos de operação, porque não tem como ensinar se não sabe fazer. - Infraestrutura Turística e Apoio ao Desenvolvimento Regional
Melhores acessos, infraestrutura básica adequada e segurança pública eficiente são cruciais para o turismo e para a hotelaria. Os hotéis já fazem a sua parte investindo bilhões; falta agora um investimento governamental sério e direcionado. Principalmente no que tange infraestrutura e segurança pública. - Marketing Internacional e Posicionamento de Marca Brasil
O Brasil ainda está longe de aproveitar seu potencial turístico pleno. Um posicionamento eficaz e inteligente nos mercados internacionais, com campanhas contínuas, precisa ser prioridade do governo federal. Os 113 hotéis presentes já mostraram força suficiente para sustentar essas iniciativas. Mas pudemos perceber que isso não á mais que 20% do todo,
Exemplo internacional: O que podemos aprender com a China?
O encontro na China não foi casual. O país tem investido sistematicamente em turismo e hotelaria como prioridade econômica, gerando crescimento regional e empregos. O Brasil precisa aprender com esse exemplo, onde a sinergia entre governo e iniciativa privada é a base do sucesso.
Força dos números: não são apenas dados, são a voz de um pequeno percentual da hotelaria brasileira
Repito para enfatizar:
- 31 hoteleiros brasileiros.
- 113 hotéis.
- 17.980 UHs.
- 3,7 bilhões em receita anual. (por eles gerada)
Acrescentem-se:
- 3,9 Bilhões dos associados da ABRACORP
- 5,1 Bilhões dos associados da FOHB
Esses números têm peso político e econômico suficiente para serem tratados com respeito e prioridade. O setor hoteleiro não está pedindo favores: está exigindo seu justo direito de reconhecimento e valorização por seu papel estratégico na economia nacional.
O que se depreende disto: está na hora de agir
O governo federal precisa urgentemente:
- Reconhecer a hotelaria como indústria estratégica nacional.
- Criar um canal direto e efetivo com representantes reais do setor. (Com agilidade)
- Atender rapidamente reivindicações essenciais, de maneira estruturada e concreta.
Afinal, hotelaria não é só negócio: é emprego, renda, desenvolvimento regional e posicionamento global do Brasil.
Que esta mensagem chegue alto e claro ao governo federal: os hoteleiros brasileiros sabem o que querem e têm números para sustentar sua voz. Agora, é o momento de o Brasil escutar e agir.
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