Por Rui Ventura | Águia Consultoria & Administração
Entre 26 de Março e 05 de abril, aconteceu na China um dos encontros mais representativos para o futuro da hotelaria brasileira: o evento “Hoteleiros do Futuro”. Esse evento não foi apenas simbólico; ele foi estratégico, representativo e revelador.
Os números falam por si só:
Esses dados não são meras estatísticas: eles são argumentos sólidos que deveriam pautar as políticas públicas voltadas à hotelaria nacional. Mais do que nunca, é essencial que o governo federal entenda que a hotelaria não é apenas um segmento de apoio, mas uma força econômica, geradora de emprego, renda e desenvolvimento regional.
Juntemos aos dados acima, vindo diretamente de CEOs os dados a ABRACORP e do FOHB:Read more
É impossível falar de excelência em hospitalidade sem tratar do principal ativo de um hotel: a mão de obra. Ainda assim, o setor insiste em manter políticas frágeis de contratação, salários abaixo do ideal e uma cultura de promoções apressadas — como bem aponta o artigo publicado no portal UAI, e que precisa ser lido e discutido seriamente.
Concordo plenamente com a crítica feita no texto: não faltam pessoas querendo trabalhar — falta investir na profissionalização de quem serve. E, infelizmente, isso ainda é visto por muitos gestores como “gasto”, quando deveria ser compreendido como investimento estratégico de longo prazo.
Salários e reconhecimento: comparações que falam por si
Durante os últimos três anos, tive a oportunidade de acompanhar de perto a hotelaria portuguesa, estive lá. Lá, o cargo equivalente ao nosso gerente geral (o “Diretor Geral”) já era há 50 anos, tem salários que variam de 65.000 a 128.000 euros por ano, considerando sempre o 13º mês. Gerentes de áreas operacionais chegam a 60.000 euros anuais.
No Brasil? O PNAD aponta R$ 6.900,00 mensais como média para gerentes de hotel — algo próximo de 14 mil euros por ano. Essa defasagem não é apenas cambial: é cultural. Portugal investe em formação contínua, carreira estruturada e em escolas especializadas (como as Escolas do Turismo de Portugal). Aqui, ainda tratamos a equipe como custo variável e descartável.Read more
Como tudo na vida precificação é uma disciplina de um curso, precisa dominar então sim passa a ser fácil.
No mercado hoteleiro, todos os dias são dias de demanda. A diferença está em como você responde a ela. Precificação dinâmica, como sempre digo, é coisa simples. Mas não é fácil. Requer conhecimento profundo sobre seu produto, seus custos, seu mercado e, principalmente, sobre o valor percebido pelo cliente.
Muitas vezes até para parametrizar as ferramentas excelentes que estão hoje no mercado precisa ter domínio de percentagens, pois elas trabalham a partir destes parâmetros.
Vamos direto ao ponto: se às 14h do dia você está com 50% de ocupação, ou mesmo 45%, esse é o momento de agir. Existe demanda? Sim. O que falta é uma estratégia que transforme essa demanda em rentabilidade. Muitos hoteleiros ainda precificam com base no “quanto a concorrência está cobrando” ou “quanto eu acho justo”. Mas o que o quadro que anexamos mostra é bem diferente: quando a ocupação cai, o custo por quarto vago sobe e não é linear.
No primeiro cenário da planilha, com previsão de ocupação em 37%, o custo por quarto ocupado é de R$ 78,81. Quando a ocupação baixa para 30%, esse custo sobe para R$ 97,20, na tabela mostra quando é a subida ou a descida em termos % o nº está em vermelho. E mesmo com um leve aumento para 40%, o custo por quarto baixa: R$ 66,82. Esses números deixam claro que cada ponto percentual de ocupaçãoafeta diretamente o resultado financeiro.Read more
A multipropriedade e o Timesharing são modelos imobiliários que ganham espaço no setor turístico e hoteleiro, cada um com características próprias e implicações legais específicas.
Multipropriedade:
Vantagens:
Desvantagens:
Benchmarketing é uma prática crucial no Revenue Management, pois oferece uma referência importante para avaliar o desempenho de empresas e determinar se necessário com precisão quem são de facto os nossos concorrentes. Assim podemos deixar que sejam, melhorar em relação a eles ou nos tornarmos o mais iguais possível se isso for do nosso interesse.
Abaixo algumas razões pelas quais o benchmarketing é importante no Revenue Management:
No universo da gestão hoteleira, onde cada quarto vazio representa uma oportunidade perdida às vezes porque é assim mesmo, outras porque a falta de informação nos levou a isso a taxa de ocupação é meticulosamente planejada, o Revenue Management emerge como uma ferramenta poderosa capaz de desvendar as possibilidades de rentabilidade ocultas nas nuances do mercado, ele é o melhor dos parceiros, mas não admite desperdiçar nenhuma informação, todas têm sua importância e devem ser analisadas cada uma por si e o conjunto. Como um regente soberano na sinfonia financeira, esse conceito revoluciona a forma como os hotéis maximizam sua receita, equilibrando oferta e demanda com maestria.Read more
A nova lei do AL não deixa que ninguém em sã consciência invista no tipo de empreendimento, mas essas duas construções estão a 100 metros uma da outra no centro do Porto.
A que está cercada é fácil entender que vai cair, nem sei mesmo se a recuperação seria viável, e muito menos para qualquer tipo de habitação, mas a que está com a placa de vende-se é recuperável, então o que algum hoteleiro espera para recuperá-la e transformá-la não em um AL mas em residência digna e decente para renda a preços igualmente decentes e disponibilizá-la para mão-de-obra que a maioria das vezes não conseguem por falta de moradia?Read more
Nem sempre reduzir é o que a palavra diz, muitas vezes o que se toma como redução não é, e quando poderia ser tem efeito contraproducente. Vamos ver o quanto se deve cortar e o quanto deverá ser diluído, esta é a prática que dá lucro. Diluir
Deixa-me tentar ajudar. Se conseguimos uma redução de custos na casa dos 5% vamos ter um aumento real nas receitas não superior a 3%. Maravilhoso, “a fórmula certa para a boa administração…” Talvez não.
Por favor, não me façam rir, há muitos estudos que demonstram isso, e eu sempre usei os do ISCA, porém já li vários outros e quando se fazem contas com os dados fornecidos chega-se a essa Magnífica conclusão, podendo assim acrescentar, neste caso: “A economia é a base de porcaria”.